05 novembro 2008



CRISE FINANCEIRA O MAIOR
ASSALTO DE SEMPRE
As bolsas caiem, a vida fica mais cara, o desemprego aumenta. A crise financeira mostra como o mercado gera fraude e especulação.Quando a bolha rebenta, banqueiros e governantes passam a conta aos trabalhadores. Através dos impostos e juros altos, quem trabalha é que paga os desvarios dos ricos. É indispensável uma política de nacionalizações e de responsabilidade pública na economia.

DESCOBREM-SE AS VERDADES.

Joseph stiglitzl, prémio Nobel da economia, chamou à presente crise financeira a "queda do Muro de Berlim do capitalismo". De facto, as medidas excepcionais adoptadas nos Estados Unidos e na União Europeia mostram a catástrofe social das políticas liberais. Esta crise não é o resultado da ganância individual de alguma ovelha tresmalhada. Pelo contrário, ela é produzida pelo próprio sistema capitalista, da acumulação sem limite, da concorrência e especulação.

AFINAL HÁ DINHEIRO.

Dizem-nos há anos que a austeridade é inevitável e que não excite dinheiro para responder às necessidades sociais urgentes. É mentira. Agora, para salvar os accionistas de grandes instituições financeiras, os governos e os bancos centrais fazem injecções massivas de dinheiro dos contribuintes.Em Portugal, a reforma Sócrates na Segurança Social diminuiu as pensões futuras. Mas os portugueses estão a pagar, através dos juros altos, a protecção aos lucros dos bancos, tal como na Europa e nos Estados Unidos os impostos pagam os prejuízos das empresas especulativas.

PRIVATIZAR É MAIS LENHA PARA A FOGUEIRA.

Os governos e a União Europeia têm destruído os sectores públicos da economia. Resultado: privatiza-se os serviços públicos que possam dar lucros e o estado só intervém para pagar os prejuízos da má gestão e das fraudes capitalistas. A política de privatização é hipócrita e esta crise demonstra-o. Ainda recentemente, a União Europeia processou o estado português por se manter como accionista privilegiado na EDP (golden-share). Mas agora, a mesma União Europeia avança na nacionalização de bancos em derrapagem financeira.

FIASCO DO MERCADO LIVRE....

O privilégio das bolsas de valares, que nada produzem, conduziu a lucros sem investimentos e a uma bolha especulativa como nunca se viu na história do capitalismo. O dogma da liberdade de circulação de capitais produziu offshores, permitiu a lavagem do dinheiro do crime. Esse dogma está condenado.....

E DA REGULAÇÃO "INDEPENDENTE".

As entidades reguladoras já demonstraram a sua incompetência (caso BCP) e a sua cumplicidade (preços dos combustíveis). E também a sua função: ser desculpa da irresponsabilidade do Estado. O sistema de regulação deve ser estatal, porque só assim é democraticamente controlável.