25 abril 2012

Miguel Portas faleceu

O eurodeputado Miguel Portas faleceu ontem, dia 24-04-2012, por volta das 18 horas, no Hospital ZNA Middelheim, em Antuérpia. Encarou a sua própria doença como fazia sempre tudo, da política ao jornalismo: de frente e sem rodeios. A Comissão Política do Bloco de Esquerda apresenta os mais sentidos pêsames aos seus filhos e a todos os familiares, amigos e camaradas.

Miguel Portas - Foto de Paulete Matos
Teve uma vida intensa e viveu-a intensamente. Durante toda a sua doença continuou sempre a cumprir as suas responsabilidades e estava, neste preciso momento, a preparar o relatório do Parlamento Europeu sobre as contas do BCE.
Jornalista, fundou o “Já” e a Vida Mundial, das quais foi diretor. O fascínio pelas culturas do mediterrâneo levou-o a viajar e a conhecer profundamente esta região, sobre a qual escreveu dois livros e realizou um documentário.
Ativista contra a ditadura desde jovem, foi preso tinha ainda 15 anos. Militante do PCP entre 1974 e 1989, esteve sempre empenhado na transformação da esquerda. Fundador do Bloco de Esquerda, foi o cabeça de lista nas primeiras eleições em que o movimento foi a votos, as europeias de 1999. Um dos principais impulsionadores do movimento que ajudou a crescer, Miguel Portas foi eurodeputado do Bloco de Esquerda desde 2004 e dirigente nacional desde a fundação do movimento.
A Comissão Política do Bloco de Esquerda apresenta os mais sentidos pêsames aos seus filhos e a todos os familiares, amigos e camaradas.
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O velório do eurodeputado bloquista terá lugar no Palácio Galveias este sábado, em hora a confirmar. No domingo realiza-se uma sessão evocativa de Miguel Portas no Jardim de Inverno do Teatro S. Luiz, com início às 14h.
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17 abril 2012

"Ampliar a contestação ao Governo da Troika"

De 26 a 28 de abril, o Bloco de Esquerda promove as Jornadas Contra o Governo da Troika, que arranca no Porto e termina em Lisboa, com um concerto no Largo Camões. A dirigente bloquista Joana Mortágua explica os objetivos e o programa desta iniciativa.

O que são estas Jornadas contra o Governo da Troika?

As Jornadas Contra o Governo da Troika partem de uma ideia muito clara do que é o centro da política em Portugal desde que há um ano atrás a intervenção da troika determinou tudo o que são as políticas económicas, as políticas de direita que o Governo tem estado a implementar. A troika determina a austeridade em Portugal e facilita o caminho da direita para os despedimentos, para a flexibilização dos direitos laborais, para a precarização, para a destruição dos serviços públicos.
Portanto a troika é o centro da política e é contra ela que temos de apontar todas as forças da resistência em Portugal. Em segundo lugar, todos os temas da vida são marcados pela intervenção da troika. Seja ao nível das freguesias e da reforma administrativa seja ao mais pequeno nível de um serviço público que desaparece numa pequena freguesia rural, dos transportes em Lisboa ou Porto, do Ministério da Cultura que desapareceu, do encerramento da Maternidade Alfredo da Costa… Tudo isso são temas que marcam a vida das pessoas e estão diretamente relacionados com a intervenção da troika.
Organizamos umas jornadas que simbolicamente marcámos para uma data entre o 25 de abril e o 1º de maio, em que todas estas lutas confluem para a rua, em que nós demonstramos que existe de facto uma resistência, que a queremos ampliar numa grande corrente de contestação a estas medidas por uma alternativa de esquerda pelo emprego e pela economia.