11 janeiro 2012

A Câmara de Valongo é a imagem do descrédito!
Disputa de protagonismo no executivo municipal deixa os interesses dos munícipes para segundo plano
Notícias recentes têm trazido para os jornais a Câmara Municipal Valongo e os seus governantes locais, tanto os anteriores como os actuais. São as notícias dos chorudos negócios dos terrenos de Alfena, das relações turbulentas dentro do executivo municipal, das despesas de milhares de euros feitas em almoços sem justificação, das derivas do Plano de Saneamento Financeiro que não “ata nem desata”, é um sem fim de tropelias e desmandos que muito revelam acerca do modo como o PSD tem tratado da gestão do município e como foi possível levá-lo à falência.
Actualmente, e dado o estado de degradação a que chegou a nossa Câmara, confirmam-se as nossas piores previsões: o executivo PSD está esgotado e é incapaz de tirar o município da difícil, para não dizer desesperada, situação em que o meteu. Este executivo não criou o problema, é ele próprio um problema!
O Bloco de Esquerda Valongo sempre soube que, mais tarde ou mais cedo, a gestão irresponsável do dinheiro dos munícipes iria ter consequências graves e dessa preocupação deu conta no local e no tempo devidos. Acontece que o PSD no poder, deslumbrado pelo eleitoralismo mais primário, insistiu no caminho do abismo. Os erros de gestão acumularam-se durante anos e trouxeram agora ao de cima o drama duma dívida de mais de 70 milhões de euros.
Já todos percebemos que este mandato será recordado na história da política autárquica deste município como o mandato da hecatombe de todos os desmandos, abusos e megalomanias do executivo PSD ao longo de mais de 18 anos.
Neste momento, o município de Valongo é governado por um executivo PSD com a benevolência (ou conivência) do PS que apenas procura tirar dividendos políticos com a degradação da gestão desastrosa da coligação PSD/CDS. O PSD também já percebeu que pode sempre contar com um parceiro na vereação e na Assembleia Municipal disposto a viabilizar as suas políticas sempre em nome do elevado sentido de responsabilidade, esse chavão político que tem servido todas as conveniências e promiscuidades político partidárias do “centrão”. Aliás, é curioso constatar que em 1993 o PS deixou a Câmara de Valongo com um buraco financeiro de mais de 25 milhões de euros e que, quase vinte anos depois, o PSD poderá deixar a mesma Câmara com 70 milhões de euros de dívida. Coincidências?
Há um ano, por proposta do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal, foi aprovada a recomendação para o Orçamento de Base Zero, medida que até hoje a Câmara Municipal continua a não adoptar. No entanto, o acolhimento desta e muitas outras medidas poderia ter contribuído para evitar a situação a que a Câmara chegou.
Bloco de Esquerda
Valongo, 05 de Janeiro de 2012

02 janeiro 2012

Alertas de Cavaco Silva sobre a crise

não passam de “votos piedosos”

Sem identificar grandes novidades na Mensagem de Ano Novo do Presidente da República, o dirigente bloquista Jorge Costa considera que os alertas de Cavaco Silva sobre a crise não passam de “votos piedosos”. “Não se pode apoiar a política da recessão e dizer que é preciso cuidado porque vem aí recessão”, disse.

Alertas de Cavaco Silva sobre a crise não passam de “votos piedosos”

"Do lado do Governo e dos partidos que apoiam o memorando da ‘troika’, do lado da Presidência da República, a resposta que temos é sempre a mesma, que só há um caminho, é o caminho da austeridade e da corrida para o abismo", disse Jorge Costa. Foto de Paulete Matos.

Para o Bloco, nas palavras de Jorge Costa, "não se pode apoiar a política da recessão e dizer que é preciso cuidado porque vem aí uma recessão, e essa dificuldade que tem o discurso do Presidente da República é a que nós enfrentamos e a que a esquerda enfrenta no momento atual do debate político no país: é saber se a austeridade e a corrida para o abismo é o único caminho, ou se há outro caminho".

Segundo o dirigente bloquista Jorge Costa, "a preocupação do Presidente da República é sempre limitada pelo seu apelo a um compromisso nacional com a política que vai levar o país para o abismo, esta política que está a ser aplicada pelo Governo vai trazer mais crise para dentro da crise, vai cavar mais fundo a recessão que o país vive”.

“Não se pode falar de coesão social, de equidade na repartição dos sacrifícios, de um compromisso nacional, em que todos juntos temos de estar em torno da política do Governo, como faz o Presidente da República, para depois dizer que está muito preocupado com o agravamento das desigualdades", acrescentou.

Em declarações à TSF, Jorge Costa classificou os alertas de Cavaco sobre a crise pela qual passa o país de “votos piedosos”. “Quando se tratou de analisar o Orçamento de Estado e de olhar para a economia e grandes opções do Governo, o que sobra do discurso do Presidente é um apelo à unidade nacional e ao consenso em torno do caminho do abismo”, acrescentou.

"Quem fala de crescimento, apoiando uma política como esta, está a jogar com as palavras"

Jorge Costa considera que na declaração do chefe de Estado ao país "não houve ideias novas". "Quando o Presidente da República fala na necessidade de promover o crescimento económico, o Presidente da República sabe que esse crescimento é totalmente inviável a partir de políticas que só podem gerar recessão", notou. "Quem fala de crescimento, apoiando uma política como esta, está a jogar com as palavras", criticou.

Só a esquerda “está presente" no debate sobre as alternativas às políticas de austeridade, disse, e fá-lo através da discussão sobre "a renegociação da dívida, o reforço do poder de compra e do restabelecimento de um modelo produtivo e de uma economia virada para a autonomia do país".

"Do lado do Governo e dos partidos que apoiam o memorando da ‘troika’, do lado da Presidência da República, a resposta que temos é sempre a mesma, que só há um caminho, é o caminho da austeridade e da corrida para o abismo", assinalou.

Jorge Costa rejeitou ainda a ideia de que haja responsabilidades repartidas por toda a sociedade no que respeita à situação difícil de Portugal. Entre os responsáveis, está o próprio Presidente da República, mas também estão os governos do PS, os governos da direita, “governos que trouxeram o país à situação em que se encontra", acusou.