30 julho 2010


Lucros da banca disparam e impostos caem para
metade

Quatro maiores bancos privados portugueses obtêm, no 1º semestre deste ano, o melhor resultado semestral desde o início da crise financeira. Mas pagaram metade dos impostos do ano anterior.

Os quatro principais bancos privados portugueses ganharam, em média, 4,38 milhões de euros por dia no primeiro semestre deste ano. As contas foram feitas pelo Diário Económico. Em conjunto, o BPI, o BCP, o BES e o Santander Totta lucraram 792,1 milhões de euros, um crescimento de 4% face ao mesmo período do ano anterior.
Este é o maior resultado semestral desde o início da crise financeira iniciada em 2007 e mostra que as instituições bancárias passaram sem perturbações pela quebra de confiança dos mercados financeiros, pela alegada escassez de liquidez e de crédito internacional, e de aumento do risco da dívida soberana, que marcaram estes seis meses.
No topo da tabela dos lucros está o BES, com 282,2 milhões, o que representa um crescimento de 15%. Segue-se o BCP, com lucros de 163,2 milhões e um crescimento de 10,7%, o BPI, com lucros de 99,5 milhões e crescimento de 12%. O Santander Totta teve lucros de 247,2 milhões, mas uma queda de 11% em relação ao mesmo período do ano passado.
Impostos caem pela metade
O crescimento dos lucros da banca portuguesa entra em flagrante contraste com os impostos pagos por estas instituições. Entre Janeiro e Junho deste ano, os quatro maiores bancos portugueses pagaram em conjunto 79,8 milhões de euros, cerca de metade do valor de 161,7 milhões pago no mesmo período do ano passado.
Rcorde-se que neste período os bancos aumentaram preçários e “spreads” e apertaram critérios de concessão de novos empréstimos.

15 julho 2010

Despedimentos colectivos: Comissão do PE aprova
relatório bloquista
A Comissão do Orçamento do Parlamento Europeu aprovou por larga maioria o relatório sobre o Fundo de Ajustamento à Globalização apresentado pelo eurodeputado do Bloco de Esquerda, Miguel Portas, que prevê medidas de apoio às vítimas de despedimentos colectivos.
Os eurodeputados da Comissão de Orçamento aprovaram a proposta de relatório sem o alterar nos pontos essenciais. "Na especialidade o relatório não foi desfigurado", congratulou-se Miguel Portas após a votação. “Devemos dar um sinal claro que o Parlamento Europeu está numa posição forte no apoio aos trabalhadores vítimas de despedimento colectivo”, defendeu o eurodeputado.
O relatório considera este fundo como um "instrumento da política social da União Europeia" no sentido de dar "apoio financeiro a programas personalizados de requalificação e de reinserção profissional dos trabalhadores que são vítimas de despedimentos colectivos em sectores e regiões que sofrem perturbações económicas e sociais graves".
O problema com o actual mecanismo, criado em 2006, é que já não consegue dar resposta em tempo útil às solicitações que chegam em cada vez maior número. Por isso, o eurodeputado do Bloco veio propor a redução para metade do tempo de resposta da União Europeia a um despedimento colectivo, que actualmente pode demorar entre 12 a 17 meses. Com a proposta aprovada, esta demora poderá ser reduzida em cinco a seis meses.
O relatório de Miguel Portas defendia também a transformação deste instrumento num fundo estrutural a partir de 2013. “É essencial ter um fundo que segue o interesse do trabalhador. Ajusta-se às necessidades e expectativas. É um laboratório de formação e deve ser autónomo do Fundo Social Europeu, contaminando-o com as boas práticas”, defendeu o eurodeputado na apresentação da iniciativa. Depois da aprovação na Comissão, a proposta deverá subir ao plenário de Estrasburgo no início de Setembro.

08 julho 2010

06 julho 2010



Opinião

Algo vai mal na democracia local

Descaramento.

Na ultima reunião publica do executivo municipal realizado no passado dia 17 de Julho ,foi confrangedor ver o esforço com que o presidente da Câmara, Fernando Melo , e os vereadores do PSD tentaram sacudir as responsabilidades na situação de pré falência da autarquia.
Quando tudo serviu de desculpa para se eximirem dos erros cometidos na gestão irresponsável do erário municipal. Culpado é, desde logo, o contexto económico porque dificulta a angariação de receitas. Depois, o Governo porque não transfere as verbas para a autarquia. A oposição porque chumba a aplicação dos limites máximos dos impostos aos munícipes. Os fornecedores, porque querem receber o que lhes é devido. E os munícipes, porque não têm dinheiro e só pedem à autarquia para que lhes perdoem as rendas. Assim, ficamos a saber que TODOS têm culpa no buraco financeiro da Câmara de Valongo, à excepção de quem governou ao longo de 17 anos.
Como diz o povo: é preciso ter lata.
Desnorte. Na mesma reunião ficou também clara a desorientação do executivo na questão da concessão da exploração dos parcómetros nas freguesias de Valongo e Ermesinde.
Como era do conhecimento do executivo, a Assembleia municipal no passado dia 6 de Abril, tinha aprovado a proposta do PS de criação de uma comissão municipal sobre o funcionamento da dita comissão, com os votos favoráveis da CM.
A referida comissão, após a tomada de posse, realizou uma reunião, pediu diversa documentação e começou a trabalhar em pleno.
Eis que, sem que nada o fizesse prever, os vereadores da CM apresentam na referida reunião pública da Câmara, a proposta de, e passo a citar «renegociar os contratos de concessão de estacionamento limitada de Ermesinde e de Valongo, sem excluir a hipótese do seu resgate, para que decide criar uma comissão de três vereadores». Esta proposta não mereceu o acolhimento pois logo os vereadores entenderam que seria melhor viabilizar a proposta de realização de uma auditoria externa ao funcionamento do contrato de concessão do parqueamento. Para agravar a situação, tanto a assembleia Municipal como a própria comissão só tiveram conhecimento da discussão destas propostas pelas notícias veiculadas pelos jornais.
Este episódio demonstra, lamentavelmente, três coisas: a falta de coerência das forças políticas que apresentaram as propostas, o completo desnorte que impera no executivo camarário e a desconsideração e desrespeito do mesmo perante o órgão de acompanhamento e fiscalização da sua actividade, a Assembleia municipal.
É caso para dizer que algo vai mal na democracia local.
Eliseu Pinto Lopes

Advogado e aderente do Bloco de Esquerda