21 dezembro 2009

O BE E AS TAXAS DE RAMPAS - VALONGO

Taxas de rampas: uma oportunidade para a demagogia política

Na última Assembleia Municipal, realizada no passado dia 14 de Dezembro, os eleitos do Grupo Municipal Coragem de Mudar votaram, ao lado da coligação PSD/CDS, contra a proposta de abolição das taxas de rampas apresentada pelo PS. Fizeram-no, à semelhança, de resto, do que já tinham feito os vereadores independentes em reunião de Câmara anterior.
Surpreendentemente, uma medida que parecia consensual entre as várias forças políticas, com maioria nos órgãos autárquicos, acabou por ser reprovada mediante os votos contra dos eleitos da Coragem de Mudar. Ora, nos “compromissos eleitorais” que os eleitos da Coragem de Mudar formalizaram em cartório notarial, facto que fazem sempre questão de relembrar aos demais, consta, precisamente na área do urbanismo, a “abolição das taxas de rampas, socialmente injustas e de duvidosa legalidade”. Então, em que é que ficamos? É que os eleitos da Coragem de Mudar, primeiro, entendem que as taxas de rampas são socialmente injustas e de duvidosa legalidade, mas, depois, votam contra a sua abolição. Ora, duvidosa será neste caso a coerência política. Ou então temos uma falta de coragem de mudar… de opinião. É que se é este último caso, então o melhor é assumi-lo. E assumi-lo com frontalidade, em vez de tentarem disfarçar a situação com uma proposta de recomendação para a Câmara Municipal se abster dos actos de liquidação das taxas de rampas até que haja a oportunidade de ter um novo regulamento de taxas. Como é fácil de constatar, uma recomendação só é seguida se o executivo camarário assim o entender e todos já sabemos a posição tradicional da coligação do poder executivo local nesta matéria. Infelizmente, a Coragem de Mudar limitou-se a entregar a decisão das taxas de rampas à coligação PSD/CDS.
Certamente, os munícipes saberão interpretar as posições da Coragem de Mudar, mas, para já, podem continuar a contar com um imposto socialmente injusto, de legalidade duvidosa e… com o desrespeito de uma promessa eleitoral.

Valongo, 18 de Dezembro de 2009

Bloco de Esquerda Valongo

RECOMENDAÇÃO DO BLOCO DE ESQUERDA NA A.M. VALONGO

Na última Assembleia Municipal de Valongo, realizada em 28/11/2009, o Deputado do Bloco de Esquerda apresentou uma proposta de recomendação para identificação dos prédios degradados e devolutos existentes no concelho. Essa proposta, cujo teor abaixo transcrevemos, foi aprovada por unanimidade.

Recomendação
para identificação dos prédios degradados e devolutos


O crescimento descontrolado das áreas urbanas, a especulação imobiliária e as políticas desastradas de habitação nos últimos anos levaram a que em muitos concelhos, de que Valongo não é excepção, surgissem milhares de imóveis degradados e devolutos.

Trata-se de uma situação que, além de prejudicar o ambiente urbano e acentuar a noção de concelho dormitório do Porto, distorce profundamente o mercado de habitação, penalizando o acesso de muitas famílias a habitação condigna.

O Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (CIMI) faculta aos municípios um conjunto de instrumentos que permitem desincentivar estas situações, através da sua penalização fiscal. No entanto, a sua utilização carece de um processo prévio de identificação dos prédios degradados e devolutos há mais de um ano existentes na área do município. Ora, no concelho de Valongo, a listagem dos prédios em tal situação será simbólica ou até inexistente.

Pelo exposto, a Assembleia Municipal de Valongo, reunida em sessão extraordinária em 28/11/2009, decide:

RECOMENDAR à Câmara Municipal que proceda, com urgência, à identificação e relacionamento dos prédios urbanos degradados e devolutos há mais de um ano, existentes na área do município;
RECOMENDAR à Câmara Municipal que disponibilize tal listagem à Assembleia Municipal.

Sábado, 28 de Novembro de 2009 Pelo Bloco de Esquerda
a) Fernando Monteiro



Esperemos que a Câmara proceda de conformidade com a recomendação para, posteriormente, aplicar medidas desincentivadoras destas situações.