VOTO DE PESAR
No passado
dia 24 de Abril, em Antuérpia, faleceu Miguel Portas, com 53 anos de idade.
Ao longo
de toda a sua vida, Miguel Portas destacou-se como um exemplo de coragem e de
determinação nas lutas políticas em que se envolveu.
Ativista
contra a ditadura desde jovem, Miguel Portas chegou a ser detido pela PIDE
quando tinha ainda 15 anos. Militante do PCP entre 1974 e 1989, esteve sempre
empenhado na transformação da esquerda. Em 1999, foi um dos fundadores do Bloco
de Esquerda, movimento do qual foi dirigente e um dos principais
impulsionadores. Miguel Portas era, desde 2004, deputado ao Parlamento Europeu,
onde granjeou o respeito e a admiração de parlamentares de variados quadrantes
políticos.
Economista
de formação, exerceu a profissão de jornalista. Foi director da revista
cultural Contraste e depois redactor e editor de internacional do semanário
Expresso. Fundou o semanário Já e a revista Vida Mundial, dos quais foi
director. Também foi cronista no Diário de Notícias e no semanário Sol, bem
como na Antena 1. Foi ainda assessor de Jorge Sampaio na presidência da Câmara
de Lisboa, ocupando-se de assuntos culturais.
Foi autor
de dois documentários realizados para televisão: Mar das Índias
(co-produção entre a RTP e a Comissão dos Descobrimentos) e Périplo –
Histórias do Mediterrâneo. Foi ainda autor de três livros publicados: E
o resto é paisagem; Líbano – entre guerras, política e religião e Périplo.
Miguel
Portas foi simultaneamente um político e um homem de grande cultura, europeísta
e internacionalista, que se distinguiu pela procura de caminhos novos na
intervenção política. A sua morte empobrece Portugal e a Europa.
Assembleia Municipal de Valongo, reunida a 27 de Abril de 2012, aprova um voto
de pesar pela morte de Miguel Portas e apresenta sentidas condolências à sua
família e a todos os que profundamente sentem a sua ausência.
Assembleia
Municipal de Valongo, 27 de Abril de 2012
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