17 abril 2008

Deputados do BE em Valongo denunciam interesses privados na Saúde
Os deputados do BE Francisco Louçã e João Semedo, acompanhados dos eleitos locais do partido nos concelhos de Valongo e na Maia, e por um grupo de jornalistas e repórteres de imagem, fizeram uma visita aos locais onde funcionam ou estão em construção unidades privadas de saúde nesses concelhos.

Assim, o circuito começou pela Maia, com visita ao local onde vai ser construído o Hospital Unimed da Maia, num terreno cedido pela Câmara da Maia à Misericórdia e que esta vendeu ao consórcio privado promotor do projecto. Seguiu-se a visita a um edifício inicialmente construído para um “Business Center”, mas que vai ser adaptado a outra unidade privada de saúde, o Hospital Geral da Maia, pertencente ao Grupo Casa de Saúde da Trofa. Daqui a comitiva seguiu para o Hospital Privado da Trofa, já em funcionamento desde 1999, pertencente ao Grupo Casa de Saúde da Trofa.

De seguida rumou-se em direcção ao local onde está a ser construído o Hospital Privado de Alfena, também do Grupo da Casa de Saúde da Trofa.

Em Valongo, estava prevista a passagem pelo Hospital Privado de S. Martinho, já em funcionamento, mas, devido ao adiantado da hora, a comitiva seguiu para ao Hospital de Valongo, onde o Conselho de Administração (C.A.) daquela unidade de saúde pública aguardava a comitiva para uma visita às suas instalações. Recebidos pelo Presidente do C.A., Dr. José Luís Catarino, acompanhado de mais dois elementos da Administração, foram efectuadas visitas guiadas às várias instalações, como ao actual Serviço de Urgência, às novas instalações dos Serviços de Estomatologia e Podologia, às enfermarias, ao Serviço de Recobro, à Sala de Raios X, ao Pavilhão Pré-Fabricado provisório para o Serviço de Urgência, etc.

As instalações já recuperadas agradaram aos visitantes, quer pelas instalações em si quer pelos equipamentos modernos, tendo constituído surpresa para algumas pessoas que consideravam as instalações velhas e um pouco votadas ao abandono, como se fosse uma unidade para encerrar.

No final da visita, o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, prestou declarações sobre o SNS ao numeroso grupo da comunicação social presente e que o aguardava há bastante tempo, tendo respondido a algumas perguntas colocadas pelos jornalistas, nomeadamente sobre a eventual “fuga” de profissionais para o sector privado ao que respondeu dizendo que no serviço público devem ser dadas condições de dignidade aos profissionais para que não sejam aliciados para o sector privado, onde alguns deles a trabalham em regime de “out-sorcing”.

Nesta acção, inserida na campanha pela defesa do Serviço Nacional de Saúde, geral, universal e gratuito revelámos o flagrante contraste entre o investimento privado e o desinvestimento público em saúde: cinco hospitais privados e um público para uma população estimada em cerca de 300.000 habitantes.

A política de redução do SNS e de ausência de investimento na rede hospitalar pública é aproveitada pelos grupos financeiros privados para fazer da saúde dos portugueses mais um lucrativo negócio. De tal forma que uma administradora do grupo BES/Sáude confessou que “melhor negócio só o das armas”.

O BE defende a ampliação e remodelação total do Hospital de Valongo de forma a servir a população destes municípios proporcionando serviços de maior qualidade.

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