26 abril 2009




intervenção do representante do Bloco de Esquerda Luís Santos, na sessão da assembleia de freguesia de Ermesinde.

SAUDAÇÃO AO 25 DE ABRIL

Foi há 35 anos. A acção militar desencadeada pelos capitães de Abril, fez ruir o regime e por essa brecha irrompeu um povo inteiro a lutar para acabar com a exploração. Depois de 48 anos de ditadura de Salazar e Caetano, foi o fim da PIDE, a libertação dos presos políticos, o fim da guerra colonial, a liberdade sindical, o fim da censura, o primeiro salário mínimo (três mil e trezentos escudos), os direitos das mulheres. E também as organizações populares de base, as lutas pela habitação digna, o acesso ao ensino, o Serviço Nacional de Saúde, o direito a pensões de reforma, uma Constituição democrática.

O 25 de Abril de 1974 foi uma das mais formidáveis movimentações populares da segunda metade do século vinte, com um contributo decisivo para a democratização de outros países sob regimes ditatoriais, como a Espanha e a Grécia. Pela primeira vez, um poder local em que os autarcas são eleitos pelas populações e não mais nomeados pelo Terreiro do Paço.

35 anos depois desta data libertadora há ainda muito a cumprir, a democracia a aprofundar através da participação popular, a Regionalização como caminho para um país social e territorialmente coeso.

Hoje 35 anos depois, há um interior do país despovoado, centros históricos das cidades ao abandono, periferias urbanas desqualificadas, recursos naturais desperdiçados.

Durante anos, os neo-liberais enganaram muita gente: defenderam que a desregulação da economia era o caminho, que “a mão invisível do mercado” era a solução de todos os problemas. Para obterem fortunas de um dia para o outro, enfraqueceram em meios humanos e materiais as entidades fiscalizadoras da actividade financeira. Aos trabalhadores passaram a chamar “colaboradores”, num indisfarçado desprezo pela condição do trabalhador. Os contratos de trabalho a prazo passaram a ser regra em vez de excepção.

Hoje, 35 anos depois do 25 de Abril, vive-se em Portugal uma das situações sociais mais graves de sempre: mais de 500.000 desempregados, baixos salários, endividamento das famílias. Milhares de jovens são condenados ao trabalho precário, com ordenados de miséria e sem futuro. Até os números do Banco de Portugal concluem pela existência de dois milhões de pobres (com um rendimento mensal inferior a 382 euros). Também trezentas mil crianças vivem na pobreza.

Perante esta situação tão grave, o governo e o poder local têm que avançar com medidas excepcionais de apoio aos desempregados, às famílias sobre-endividadas, aos jovens sem trabalho.
Aos trabalhadores, aos jovens e ao povo em geral compete participar na luta política por novos rumos que satisfaçam as expectativas e as aspirações populares. O 25 de Abril assim o exige !




VIVA O 25 DE ABRIL!


Ermesinde, 25 de Abril de 2009


O Bloco de Esquerda
Luís Santos







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