27 janeiro 2010


Temos um candidato

O Bloco parece ser o único partido que não se embaraça com as próximas eleições presidenciais.
Jogamos um jogo limpo e temos confiança. Não procuramos em Manuel Alegre as convergências programáticas que não temos.
Sentimo-nos à vontade para assinalar discordâncias: as passadas e as futuras. Mas sabemos que Manuel Alegre não se candidata a Primeiro-Ministro. Será, assim o esperamos, o Presidente da República mais à esquerda do pós 25 de Abril.
Aquele que derrotará Cavaco Silva e o seu conservadorismo, em questões que respeitam o papel da mulher na sociedade, o divórcio ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Aquele que, pela sua defesa dos Serviços Públicos, da protecção ao trabalhador nas leis laborais e de um papel regulador e interventivo do Estado, combaterá o neoliberalismo que em tudo aproxima Cavaco e Sócrates (privatizações; defesa acérrima do capital financeiro; cartilha do ajustamento orçamental brutal pelos cânones do Pacto de estabilidade e crescimento; recusa na tributação de fortunas e no combate activo à corrupção) dando um sinal de esperança e de recusa.
Aquele que proporcionará um encontro vasto de esquerdas, no seguimento do Trindade e da Aula Magna. Aquele que, ao trilhar os seus próprios caminhos, se pautará pela orientação supra-partidária que o tem caracterizado nos últimos anos da investida liberal.
Nas anteriores eleições presidenciais o Bloco soube apresentar um candidato próprio que protagonizou uma campanha notável. Desta feita, sabemos que interpretar as aspirações da enorme base social que, à esquerda do PS, reclama políticas de justiça na economia, protecção do emprego e alargamento do Estado-providência, nos leva a apoiar um candidato que não é militante do Bloco. Falo da esquerda que votou em Alegre, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa.
A mesma esquerda que, ao confiar no Bloco, retirou a maioria absoluta ao PS. Essa esquerda crescerá na e com a candidatura de Manuel Alegre.
Daremos o nosso melhor para que ele seja eleito.
João Teixeira Lopes

3 comentários:

  1. Defendo, racionalmente, um projecto de esquerda, ou das esquerdas para o País. Enquanto não houver esse projecto global de esquerda, vamos continuar a assistir ao espectáculo dos “comentadores” das Presidenciais, O Manuel Alegre é a esperança e a única hipótese que a esquerda tem para chegar ao destino.
    Manuel Alegra não é o candidato do bloco, é o candidato como diz Teixeira Lopes, supra-partidária que o tem caracterizado nos últimos anos da investida liberal.

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  2. É preciso alguém que na esquerda seja capaz de unir forças e ressuscitar os ideias do socialismo que, infelizmente, nos últimos 35 anos foram sendo esquecidos até por aqueles que tinham o dever de os defender, e Manuel Alegre poderá poderá assumir esse papel.

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  3. Não podia estar mais de acordo contigo

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