16 março 2010


15 MEDIDAS PARA UMA ECONOMIA DECENTE

O Bloco de Esquerda apresentou a sua resposta ao governo sobre o PEC, demonstrando que é possível reduzir mais o défice, já este ano, e simultaneamente promover uma política de recuperação para a criação de emprego. Aceda aqui ao documento, em pdf.
No memorando, o Bloco de Esquerda critica o cenário macroeconómico do Governo, cujos resultados serão desastrosos, a pior perfomance entre os países da zona euro para o período 2010/2013 e a redução do desemprego apenas em 25.000 pessoas em 4 anos, cujo resultado político será "tornar permanente o recorde histórico do desemprego".
Considerando que a "política económica não pode desistir de promover o investimento estratégico para a recuperação contra a crise" propõe uma primeira medida imediata, de reabilitação de casas desocupadas e degradadas, com um investimento total de 5 mil milhões ao longo de 3 anos, para recuperar 200 mil casas, que "cria 60 mil postos de trabalho directos e tem um impacto de reanimação na economia de cerca de 4% do PIB".
O memorando apresentado pelo Bloco rejeita a redução salarial na função pública, propondo em alternativa um "aumento real em valor fixo" e, em relação ao desemprego, considera que " não é reduzindo o subsídio de desemprego que se consegue dar emprego a quem o procura e não o consegue" e defende que, em 2010, o acesso ao subsídio de desemprego deve ser aumentado e não diminuído.
O Bloco propõe também a redução de despesas: limitar a consultadoria jurídica externa, reduzindo a despesa em 189 milhões de euros; a renegociação dos valores e dos prazos dos contratos das contrapartidas militares, previstos na lei de programação militar e a renegociação das parceiras público-privadas.
Nas 15 medidas incluem-se também medidas de aumento da receita, nomeadamente uma taxa de 25% para todas as transferências para off-shore e a tributação em IRS "de prémios extraordinários de gestores e administradores a 50%".
Sobre as privatizações, o Bloco considera que as propostas do Governo são económica e socialmente desastrosas, ao reduzir a presença pública nos transportes e anular na energia, ao retirar os seguros à CGD e vender os CTT e outros bens estratégicos. Em alternativa, o Bloco propõe: "manter no controlo público os sectores da economia em que existem monopólios naturais, ou que tenham uma função estratégica (energia, seguros, transportes) ou social fundamental (CTT)".
Por fim, o Bloco de Esquerda aponta que "falta no PEC uma estratégia de ajustamento orçamental a longo prazo" e propõe que o OE para 2011 inclua "propostas concretas que resultem de um inventário e auditoria das despesas e funcionamento do Estado, registando o excesso ou o défice nos seus serviços, e conduzindo assim a maior eficiência na distribuição de recursos como a maior exigência na fixação de objectivos".

4 comentários:

  1. Um "PEC alternativo"

    O Bloco de Esquerda acerta em cheio ao apresentar esta espécie de PEC alternativo. É disto que a esquerda necessita: propostas concretas para mobilizar os trabalhadores e dar a volta à crise. Não se trata só de ser contra as propostas do Governo e apregoar “é preciso uma política diferente”.

    ResponderEliminar
  2. Se a coesão social está no âmago do pensamento socialista, então só posso esperar que os socialistas deste País não deixem passar à prática a anunciada intenção do Governo de privatizar os correios de Portugal. Há certamente outras fontes de receita. Apenas é preciso ver com atenção o que se passa com os rendimentos do capital e com os negócios da urbanização de terrenos.
    Os socialistas têm de levantar-se e dizer "BASTA, os Correios de Portugal são nossos

    ResponderEliminar
  3. Um "PEC Alternativo" II
    Provavelmente devido à falta de liberdade de expressão que tem vindo a ser denunciada pelo PSD, o debate sobre o PEC na comunicação social tem sido fraquinho e superficial. A magna questão sobre a nossa estratégia económica e financeira para os próximos anos parece ser se as empresas de rating vão gostar ou não do nosso PEC.. Talvez pudéssemos mandar uma garrafinha de vinho do porto aos analistas dessas empresas, é o que eu sugiro.

    ResponderEliminar
  4. Um "PEC Alternativo" II
    Provavelmente devido à falta de liberdade de expressão que tem vindo a ser denunciada pelo PSD, o debate sobre o PEC na comunicação social tem sido fraquinho e superficial. A magna questão sobre a nossa estratégia económica e financeira para os próximos anos parece ser se as empresas de rating vão gostar ou não do nosso PEC.. Talvez pudéssemos mandar uma garrafinha de vinho do porto aos analistas dessas empresas, é o que eu sugiro.

    ResponderEliminar