12 junho 2012


Valongo: um concelho e uma população ao abandono
Notícias recentes têm confirmado a degradação e a perda de qualidade de vida do concelho de Valongo. Efectivamente, o município está cada vez mais pobre aos mais diversos níveis a começar, desde logo, pela liderança política.
De facto, há muitos anos que o nosso concelho vive resignado com a condição de parente pobre entre os municípios da Área Metropolitana do Porto. A perda de influência política nas decisões centrais para o município é notória e a liderança PSD está manifestamente esgotada e sem soluções que invertam o ciclo de retrocesso social e económico de Valongo.
Ao longo dos últimos anos, a falta de capacidade política dos sucessivos executivos PSD tem permitido que o concelho seja desprezado pelo poder central e deixado ao abandono.
Recentemente, o ministério da justiça propôs a extinção do tribunal do trabalho de Valongo para o integrar em Gondomar. Pretende também retirar as competências do tribunal judicial para as transferir para o tribunal de Vila Nova de Gaia. As populações das freguesias serão forçadas à deslocação aos municípios vizinhos para terem acesso à justiça.
Agora, o ministério da saúde ordenou o encerramento da urgência nocturna do ex-Hospital Nossa Senhora da Conceição de Valongo, agora denominado Hospital de São João – Polo de Valongo. Assim, a partir do próximo dia 18 de Junho, está previsto que o Serviço de Urgência encerrará às 22:00 horas.
Isto significa que, a partir das 22:00 horas, as populações das freguesias de Sobrado, de Campo e de Valongo serão forçadas a deslocarem-se ao Porto para terem acesso aos cuidados de saúde urgentes.
Este Governo, nas mais diversas áreas, tem vindo a encerrar serviços públicos de proximidade às populações de uma forma incompreensível e que só á luz de uma visão estritamente economicista é que se pode perceber tais encerramentos.
Tal actuação terá consequências gravíssimas para a população de Valongo, com uma diminuição acentuada da qualidade de vida dos munícipes.
Face à imposição da degradação da oferta de serviços públicos essenciais para o concelho, o executivo local liderado pelo PSD mostra não ter capacidade política para travar este verdadeiro esvaziamento do concelho em detrimento dos concelhos vizinhos. O abandono da população e do concelho à sua sorte é cada vez mais uma marca do actual executivo PSD.
Caso contrário, um executivo municipal activo e com capacidade de intervenção na defesa da população, teria muitas questões a colocar ao governo central.
Como se explica que o Ministério da Justiça tenha concluído a construção do Campus da Justiça de Valongo em 2011 com todas as condições de funcionamento e em 2012 decida extinguir o tribunal do trabalho e retirar competências ao tribunal judicial da comarca?
Como se explica que um Serviço de Urgência nocturno não é necessário quando no mesmo município abriu há bem pouco tempo um Hospital Privado com atendimento permanente e cuja inauguração contou com a presença do executivo camarário PSD?
Como se justifica o aumento exorbitante das taxas moderadoras no acesso à saúde e ao mesmo tempo extinguem-se os serviços de saúde mais próximos das populações?
Como se explica que há pouco mais de 2 anos se gastaram somas avultadas para obras de ampliação e modernização da urgência do hospital Nossa Sra. da Conceição de Valongo e agora se pretenda encerrar parte desse mesmo serviço que tanta falta faz ao Concelho?
Sabemos que o executivo PSD poderá sempre dizer que a resposta a estas questões é da responsabilidade do governo. Mas isso soará sempre a desculpa esfarrapada de quem não tem capacidade política para inverter decisões que afectam profundamente a vida das populações do concelho.
Perante o desgoverno do município de Valongo por parte do PSD há tantos anos, a população não poderá contar com uma intervenção activa para impedir a destruição dos serviços públicos por parte do governo central.
Bloco de Esquerda/Valongo, 12 de Junho de 2012

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