08 março 2014

Bloco quer Junta mais interventiva em favor da mulher

Bloco quer Junta mais interventiva em favor da mulher


O Executivo da Junta de Freguesia de Ermesinde aprovou por unanimidade uma proposta apresentada pela eleita do Bloco de Esquerda, Carla Sousa, saudando as mulheres, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, e defendendo que o gabinete de acção social da cidade deve ser mais interventivo no combate à violência contra as mulheres e à discriminação de género.
SAUDAÇÃO/PROPOSTA
Um grande estudo europeu, divulgado ontem sobre violência, constatou que cerca de 25% das mulheres portuguesas foram já vítimas de violência e que 30% desconhecem que há políticas nacionais de prevenção e leis que as protegem da violência doméstica. Confirmado está também o pendor de género na violência física, psíquica ou sexual: 97% das vítimas são mulheres.
Pelos dados do Observatório de Mulheres Assassinada, da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta), 33 mulheres foram assassinadas vítimas de violência doméstica, em 2013.
Desde a instituição do Dia Internacional da Mulher, e 40 anos após o 25 de Abril, assistimos a grandes avanços e conquistas a nível legislativo e de apoio à vítima, mas também, incompreensivelmente, a uma discriminação de género em esferas de âmbito social, laboral, etc, quer no domínio público como virtual. Na prática os direitos das mulheres não estão a ser garantidos.
A austeridade intensa e permanente a que os partidos do governo e a troika estão a sujeitar a população, traduzem-se num recuo de décadas na organização social e são as mulheres que continuam a ser as primeiras vítimas, com um acréscimo de dificuldades: desemprego, ou trabalhos sem direitos, precaridade, baixos salários e/ou diferenças salariais, pobreza, dificuldade na maternidade e paridade, violência, etc. Este momento de crise compromete e condiciona não só todos e quaisquer apoios, como uma resposta eficaz às vítimas está em risco.
O dia 08 de Março, símbolo da luta e emancipação cívica e social da mulher - por melhores condições de vida, direito a voto, e democracia sem discriminação - permanece hoje uma referência na luta pela emancipação, igualdade e dignidade. A evocação do dia internacional da mulher, serve não só para exultar e reconhecer a importância do papel da mulher no desenvolvimento da sociedade, como para dar visibilidade a esta luta contra a discriminação das mulheres.
A representante do Bloco de Esquerda no executivo da Junta de Freguesia de Ermesinde propõe um voto de saudação:
- Às mulheres ermesindenses;
- A todas as mulheres e homens que continuam resilientes na construção de uma sociedade mais justa, igualitária, fraterna e solidária, reivindicando direitos legalmente instituídos na luta contra a descriminação e eliminação de todas as formas de violência sobre as mulheres, e lutando pela aplicação plena dos seus direitos, pela dignidade e igualdade de género.
PROPOSTA
Na sequência da proposta de saudação ao Dia Internacional da Mulher e porque:
- não nos podemos conformar ou resignar perante as evidências de desigualdade que persistem;
- a violência é uma violação dos direitos fundamentais no que diz respeito à igualdade e à dignidade;
- a violência de género é um problema de cidadania, de direitos humanos e consequentemente político..
Na perspectiva de que o poder local não pode, nem se deve alhear desta discriminação, a representante do Bloco de Esquerda propõe que a Junta de Freguesia através do seu gabinete de Acção Social:
1 - Encete acções de sensibilização e acompanhamento com acções incisivas sobre os direitos da mulher, enquadrando-o legalmente;
2 – Organize e protocole com outros parceiros uma rede social que diagnostique, monitorize e proceda ao encaminhamento de casos de discriminação de género;
3 - Elabore um plano de intervenção social para a igualdade de género que contemple entre outros o combate eficaz à violência doméstica e à igualdade de género
A representante do Bloco de Esquerda,
Carla Celeste Sousa

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